Ironias a parte, segue o texto:
ANAMARIA KOVÁCS
- Paciência
Essa virtude antiga parece definitivamente fora de moda. Quem ainda tem paciência, nesses dias de agitação insana? Dá para imaginar alguém esculpindo um barquinho a remo, com todos os seus tripulantes bem detalhados, num pedaço de marfim do tamanho de um dedo da mão? Só mesmo um chinês! Infelizmente, até esse povo, famoso por ser infinitamente paciente, também já aderiu à mania ocidental de querer tudo para ontem. É só observar as cenas urbanas de Pequim ou de qualquer outra metrópole chinesa, que aparecem de vez em quando nos noticiários da TV. Lá estão os cidadãos outrora tão pacientes, a correr desembestados pelas ruas, a pé, de bicicleta, de carro...
Tudo bem, as distâncias são enormes, o trânsito, caótico – afinal, sob esse aspecto, todas as grandes cidades do mundo se parecem, não importa se estão no Ocidente ou no Oriente. Triste mesmo é observar que esse fenômeno não se restringe às metrópoles. Nem é preciso ligar a TV para ver que aqui acontece o mesmo, apesar de Blumenau ser habitada por aproximadamente 300 mil pessoas, numa área muito menor que a de uma cidade “grande.”
As obras em andamento nas principais vias da cidade, mais o aumento diário do número de veículos, contribuem para aumentar a “neura do trânsito”, antes desconhecida por aqui. Motoristas irritados, motociclistas nervosos, correndo de qualquer jeito entre os carros, pedestres indecisos se devem arriscar-se a atravessar na faixa - já que ninguém respeita o espaço alheio. E a paciência, onde ficou?
Não é só no trânsito que se evidencia a impaciência das pessoas. Basta entrar numa loja que anuncia uma liquidação. Clientes em busca de produtos mais baratos chegam a lutar por uma peça. E em qualquer fila que demore mais de cinco minutos vê-se cidadãos consultando seus relógios, roendo as unhas, erguendo olhares aflitos aos céus, reclamando da demora no atendimento.
Enquanto isso, aumenta a velocidade do processamento de dados e da comunicação via internet; se um programa demora mais do que uns poucos segundos para abrir, já é considerado “lento.” Onde vamos parar? E quando vamos encontrar tempo para viver?
Tudo bem, as distâncias são enormes, o trânsito, caótico – afinal, sob esse aspecto, todas as grandes cidades do mundo se parecem, não importa se estão no Ocidente ou no Oriente. Triste mesmo é observar que esse fenômeno não se restringe às metrópoles. Nem é preciso ligar a TV para ver que aqui acontece o mesmo, apesar de Blumenau ser habitada por aproximadamente 300 mil pessoas, numa área muito menor que a de uma cidade “grande.”
As obras em andamento nas principais vias da cidade, mais o aumento diário do número de veículos, contribuem para aumentar a “neura do trânsito”, antes desconhecida por aqui. Motoristas irritados, motociclistas nervosos, correndo de qualquer jeito entre os carros, pedestres indecisos se devem arriscar-se a atravessar na faixa - já que ninguém respeita o espaço alheio. E a paciência, onde ficou?
Não é só no trânsito que se evidencia a impaciência das pessoas. Basta entrar numa loja que anuncia uma liquidação. Clientes em busca de produtos mais baratos chegam a lutar por uma peça. E em qualquer fila que demore mais de cinco minutos vê-se cidadãos consultando seus relógios, roendo as unhas, erguendo olhares aflitos aos céus, reclamando da demora no atendimento.
Enquanto isso, aumenta a velocidade do processamento de dados e da comunicação via internet; se um programa demora mais do que uns poucos segundos para abrir, já é considerado “lento.” Onde vamos parar? E quando vamos encontrar tempo para viver?
E difícil dizer onde vamos parar. Mas sabemos quem começou isso. Administradores capitalistas, que nunca ouviram falar nas palavras, planejamento e sustentabilidade.
ResponderExcluirNosso mundo capitalista esta cada vez mais complicado mesmo..
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